Clube da Esquina: Tudo o que podemos ser.

>> quinta-feira, 16 de abril de 2009



Ao se escutar uma boa música, pode-se criar uma miscelânia de imagens, às vezes de passagens da vida ou até mesmo a criação de situações que se gostaria de viver. Grandes canções despertam sentimentos afastados pela rotina e aqueles forçados a serem esquecidos. Honra extrema dos compositores e músicos que possuem em mãos tal capacidade de criação.





Um conjuto de músicas capazes de provocar as mais dívinas emoções são pertecentes a um certo grupo dos anos 60 chamado Clube da Esquina.




Club da Esquina: muitos impulsos e caminhos recontados; canções sobre o tempo observado de dentro; estórias formadas por sonhos que nunca poderiam acabar e não acabam. Encontro de aventureiros joviais e de riquezas estampadas nos rostos e corações.


Origem de encontros casuais numa velha rua de Belo Horizonte, onde acabara de chegar um rapaz chamado Milton Nascimento; outros apareceram e uniram-se. Agora,num grande grupo mais do que completo por Milton, Vermelho, Tavinho Moura, Toninho Horta, Beto Guedes, Márcio e Lô Borges e Fernando Brant - eis o Clube da Esquina. O clube de rapazes sentados na calçada, tocando violão à beira da encruzilhada de um bar, assoviando influências..."Pápá apaiá", o desenvolvimento memorável de melodias quase perfeitas.


Em 1972 finalmente fooi lançado o LP denominado "Clube da Esquina" - um grande feito para a MPB e simplesmente o 7° melhor disco Brasileiro de todos os tempos ( segundo uma pesquisa da revista Rolling'Stones) e em 1978 o coletivo de músicos se reúnem para completar o sucesso do 1° CD com o "Clube da Esquina 2".



No 1°, a ansiedade de descobrir o mundo fora de qualquer mundo que cada um carrega dentro de si e no 2°, o resultado de tudo o que foi descoberto.

Em mim, a causa foi um mergulho profundo entre as lembranças que ainda possuo, e o despertar imenso de vontades avassaladoras de recompor minhas vontades, minhas vontades com fôlego. Fez surgir em mim o "comigo só com fôlego para me seguir",nada mais do que mais que eu possa ter, além dos limites que a vida impõe.

Explore o "Clube da Esquina" ( aqui e aqui), pois, como diria Márcio Borges : "Os sonhos nunca envelhecem".





Por Janaina Amarante


Read more...

Baixo, Podre e Cruel (ou do meu encontro com Tadeus Kantor) - PARTE 2

>> quarta-feira, 15 de abril de 2009


Lembranças bergsonianas? Restituamos ao movimento sua mobilidade, à mudança sua fluidez, ao tempo sua duração. A metafísica tornar-se-á então a própria experiência. A duração revelar-se-á tal como é, criação contínua, um jorro ininterrupto de novidade. Um pós-drama, um além-teatro, nos levando a colisões dolorosas com as profundezas. Um sentido de rigor cósmico, crueldade. Artaud, sempre acompanhando e agora será uma companhia quase eterna, se assim se pode dizer:





O teatro é um ato superior porque pode reabrir o espaço virtual das formas e dos símbolos, alimentando e expandindo os conflitos.





Cadáveres, aberrações, fantasmas, miragens, alucinações. Um olhar sobre coisas belas, estranhas, problemáticas, terríveis e divinas. Duplos, transes, magias, poesias, sonhos. Perigo?! Sim, um desejo invencível do encontro com o medo “diante do mundo exterior, o medo diante de nosso destino, diante da morte, diante do desconhecido…” Um encontro com a Morte, esse é o convite de Tadeus. A CONDIÇÃO DA MORTE nos constitui o ponto de referência mais avançado que jamais foi ameaçado por nenhum conformismo:








DA CONDIÇÃO DO ARTISTA E DA ARTE

(Manifesto do Teatro da Morte, 1975)








...e depois de escrever sobre essa colisão sinto como se as coisas melhorassem,

como melhora para o moribundo que sabe que a qualquer instante irá morrer.










Corpos-sem-órgãos estreitam-se em abraços mortais.


Ranniery Moreira






A Classe Morta, um das encenações mais famosas, tem trechos disponíveis no You Tube, além de entrevistas com legendas em inglês. Clique AQUI para assistir.

Read more...

Baixo, Podre e Cruel (ou do meu encontro com Tadeus Kantor) - PARTE 1






Pesquisar dói, dói como um carro que ao atravessar a estrada, colide. Tadeus Kantor atravessou-me, assim, o pensamento. Que dor! Uma dor, dessas, como de uma água que nos parece insuportável. Como me aconteci com ele?Ou como ele aconteceu comigo? Fui num dias desses, numa performance dessas, quando finalmente me propus a escrever, esse momento de gaguejar na língua.





O Teatro de Tadeus não é um teatro como os outros – mas é um jogo de afecções mútuas, uma poesia da catástrofe humana, como nos define Lehmann, daquilo que nos é de mais baixo, podre e, portanto, cruel.



“Permitam-me, Supremos Juízes apresentar-vos meu credo solene, meu desafio e minha provocação. Permito-me recordar-vos que o método fundamental (se posso exprimir-me de maneira tão patética) de meu trabalho é e era a fascinação pela realidade que denominei REALIDADE DO NÍVEL MAIS BAIXO. É ela que explica meus quadros, minhas Embalagens, meus Objetos Pobres e também meus Personagens Pobres, os quais como vários filhos pródigos, retornam na miséria a suas casas natais. (…)”




Kantor opera à volta do objeto, mas um objeto pobre e miserável.O objeto estava vazio. Ele tinha que justificar sua existência mais para si mesmo do que para as circunstâncias estranhas a ele. [E ao fazer isso, o objeto] revelou sua própria existência”.O ator é tanto um ator-objeto quanto o objeto é um objeto-ator. Há uma precisão cósmica, uma partitura coreográfica de gestos e movimentos musicalmente precisa. Um intervalo de uma velocidade, define assim esse jogo cênico da precisão, o coreógrafo Luis Carlos Garrocho.




A encenação de Kantor é um fluxo de imagens em movimento, como bem afirma Lehmann. Quadros se sucedem, se repetem, se contradizem, num crescente de um delírio cênico, de uma paisagem em permanente estado de transformação. Como um rio que só adquire velocidade pelo meio. Os personagens não têm um destino, até mesmo perdem a possibilidade de se afirmarem como tais. Um fluxo material e expressivo numa sintaxe disjuntiva.


(Deleuze, isso não é?).



“O t e a t r o - continuo a insistir - é o l u g a r q u e r e v e l a, como um s e g r e d o g u a r d a d o n o r i o, as armas da ‘passagem’ ‘da outra margem’ para a nossa vida. Diante dos olhos do espectador se apresenta o ATOR que assume a condição do MORTO. O espetáculo, com seu caráter de rito e cerimônia, se torna um c h o q u e . E eu o chamarei, com muito prazer, m e t a f í s i c o.”






Read more...

Al Jolson, o eterno "The Jazz Singer".

>> domingo, 12 de abril de 2009


Por Janaina Amarante

Um rapaz natural da Lituânia, certa vez mirabolando sobre seus dotes artíticos ,decidiu que seria uma boa idéia ir aos Estados Unidos e talvez se tornar um dos grandes ícones da cultura popular do mesmo país.

O ser caricaturesco , risonho e sortudo desligou-se de suas asas judaicas e chegou até Washington, onde em pouco mais de 10 anos já tinha conseguido montar uma carreira como ator e cantor,recebendo grande destaque atuando na Broadway com a peça "La Belee Paree" em 1911.

Seu grande talento o levou para o cinema que o possibilitou de ser sempre lembrado por sua participação no primeiro filme falado da história (pode-se ouvir a voz de Jolson em algumas cenas) " The Jazz Singer" de 1927.




" The Jazz Singer" - Simplesmente uma das grandes produções cinematográficas dos anos 20, "The Jazz Singer" foi o filme precursor da linha "talkies". Tendo Al Jolson como ator principal, a produção superou qualquer espectativa que se poderia ter a partir da surpresa de se existir um filme que abrangesse a fala e o canto no cinema - aliás, que poderiam ser percebidos pelos espectadores.

Dirigido por Alan Crosland, "The Jazz Siger" é baseado em uma peça de mesmo nome e grande sucesso da Broadway em 1925. O filme conta a história de Jackie Rabinowitz que decide desafiar seu pai, na tentativa de mostrar o seu grande talento como cantor de jazz, - faz até questão de atingir o estado peculiar de pintar o rosto de negro para ser tal como os cantores de jazz norte-americanos - para isso , Jackie vai de encontro com as tradições judaicas de sua família, sendo expulso por seu pai ( um cantor litúrgico da sinagoga). Após alguns anos, agora conhecido como Jack Robin, o sucesso chega ao cantor, mas sem conseguir acabar com os conflios em relação a sua herança cultural.


Além de atingir o ápice de uma grande bilheteria (livrando a Warner Bros. da falência), o filme foi um dos primeiros a ganhar o Oscar numa premiação especial, juntamente com "The Circus", de Charlie Chaplin. E em 1998 foi considerado um dos melhores filmes norte-americanos de todos os tempos.

Um grande marco para a história do cinema e sem dúvida um grande filme para os apreciadores da 7° arte.


Elenco:


  • Al Jolson .... Jakie Rabinowitz (Jack Robin)
  • May McAvoy .... Mary Dale
  • Warner Oland .... Cantor Rabinowitz
  • Eugenie Besserer .... Sara Rabinowitz
  • Otto Lederer .... Moisha Yudelson
  • Bobby Gordon .... Jakie Rabinowitz (aos 13 anos)
  • Richard Tucker .... Harry Lee



Uma amostra da atuação de Al Jolson em "The Jazz Singer" :











Read more...

  © Blogger templates Romantico by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP