Baixo, Podre e Cruel (ou do meu encontro com Tadeus Kantor) - PARTE 2
>> quarta-feira, 15 de abril de 2009
Lembranças bergsonianas? Restituamos ao movimento sua mobilidade, à mudança sua fluidez, ao tempo sua duração. A metafísica tornar-se-á então a própria experiência. A duração revelar-se-á tal como é, criação contínua, um jorro ininterrupto de novidade. Um pós-drama, um além-teatro, nos levando a colisões dolorosas com as profundezas. Um sentido de rigor cósmico, crueldade. Artaud, sempre acompanhando e agora será uma companhia quase eterna, se assim se pode dizer:
O teatro é um ato superior porque pode reabrir o espaço virtual das formas e dos símbolos, alimentando e expandindo os conflitos.
Cadáveres, aberrações, fantasmas, miragens, alucinações. Um olhar sobre coisas belas, estranhas, problemáticas, terríveis e divinas. Duplos, transes, magias, poesias, sonhos. Perigo?! Sim, um desejo invencível do encontro com o medo “diante do mundo exterior, o medo diante de nosso destino, diante da morte, diante do desconhecido…” Um encontro com a Morte, esse é o convite de Tadeus. A CONDIÇÃO DA MORTE nos constitui o ponto de referência mais avançado que jamais foi ameaçado por nenhum conformismo:
DA CONDIÇÃO DO ARTISTA E DA ARTE
(Manifesto do Teatro da Morte, 1975)
...e depois de escrever sobre essa colisão sinto como se as coisas melhorassem,
como melhora para o moribundo que sabe que a qualquer instante irá morrer.
Corpos-sem-órgãos estreitam-se em abraços mortais.
Ranniery Moreira
A Classe Morta, um das encenações mais famosas, tem trechos disponíveis no You Tube, além de entrevistas com legendas em inglês. Clique AQUI para assistir.
3 comentários:
perfeito perfeito! esse blog é digno de aclamações fervorosas e em breve será minha vez de contribuir com algo significativo.
=**
dedos ansiosos, olhos brilhando de tanta fome!
ta bacana isso hein =)
brigadão por add.vou add vc por lá tb
; *
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